quarta-feira, 12 de agosto de 2009

HISTÓRIA DA MODA


Pré-história à Século XX

Origem do vestuário

O homem pré-histórico era místico e acreditava que vestindo a pele de animais anteriormente caçados, ele iria adquirir a força daquele animal, enfim, além de se proteger do clima os homens se vestiam por misticismo.
A roupa de uma civilização estava e ainda está diretamente relacionada às suas opções de matéria–prima e suas condições tecnológicas.
O significado místico das roupas era vistos principalmente nos sacerdotes e governantes (reis e nobres) que usavam trajes e jóias que os diferenciavam dos demais, demarcando as classes sociais.
A pele de animais, à medida que secam, tornam-se duras e difíceis de tratar. Era necessário descobrir um meio de torná-las macias e maleáveis. Houve um avanço quando descobriram que o óleo ou gordura de animais marinhos, quando esfregados na pele, ajudava a conservá-la maleável por mais tempo. Depois, descobriram o curtimento (usado até hoje).
Este processo permitiu que as peles fossem cortadas e moldadas. Foi um dos maiores avanços tecnológicos da história do homem à época. Outra invenção de extrema importância foi a agulha de mão (feita de marfim de mamute ou ossos de animais) encontradas em cavernas, depositadas há 40.000 anos. Com esta invenção, tornou-se possível costurar pedaços de pele para amoldá-las ao corpo.
Alguns povos utilizavam fibras vegetais ou cascas de árvores. O tecido de casca era difícil de cortar e costurar, as roupas eram feitas apenas com um retângulo enrolado no corpo. As fibras vegetais mais usadas eram linho, cânhamo e algodão.
Origem dos Calçados
Existem evidências que mostram que o calçado surgiu no final do período paleolítico no ano de 10.000 a.C. Pinturas em cavernas da Espanha e sul da França fazem referências ao calçado.

O principal objetivo do uso do calçado era para proteção. O homem primitivo utilizou diversos materiais para proteger os pés, como o couro cru, madeira, palha e tecidos. A montagem era bem simples: Cortava-se o couro em um tamanho próximo ao pé e o trançava com tiras, geralmente de fibras ou papiro.

Há evidências ainda que apontam que o sapato surgiu quando foram utilizados dois tipos de couro para a montagem, sendo um mais fino para o cabedal e o outro mais grosso para o solado. Alguns solados eram de madeira. Os cavalos e bois eram os melhores fornecedores de couro para os solados, já o couro de cabra e cachorro serviam para o cabedal.

As sandálias foram os primeiros calçados feitos pelo homem. Cada civilização antiga criou a sua versão, que tinha como base uma sola rija presa ao pé com tiras.

Povos da Antiguidade

Mesopotâmia
Faziam parte dos povos da Mesopotâmia os sumérios, acádios, assírios e babilônios.
Surgiram aproximadamente no ano 5.000 a.C. e foram derrotados por Ciro da Pérsia no ano de 539 a.C.
Neste período surge o tecido feito em Tear. Uma vez estabelecida a manufatura de tecidos, mesmo em escala pequena, abriu-se o caminho do desenvolvimento das roupas como a conhecemos.
Após a criação do tecido, ele era utilizado como vestimenta. Um pequeno retângulo de pano em volta da cintura criava a primeira forma de uma saia, conhecida como sarongue. Mais tarde, o pano enrolado sobre os ombros e atado por broches. Eram usados por egípcios, assírios, gregos e romanos. Mas a transição das peles de animais para o tecido não foi tão simples. Estatuetas e baixos-relevos da antiga civilização suméria mostram pessoas usando saias compostas de tecidos em tufos, isto é, panos com aparência de tufos de lãs dispostos simétricamente, conhecidos como Kaunakés. Quando esses tufos, ou tiras independentes, foram relegados a bordas dos retângulos de pano, transformaram-se em franja, e esse vestígio pode ser visto claramente em todas as vestimentas usadas pelos assírios e babilônios de ambos os sexos.
A vestimenta comum masculina na Mesopotâmia eram túnicas com mangas.
Os tecidos mais usados neste período foram a lã, o algodão e seda importados.
Homens e mulheres usavam cabelos compridos. Os cabelos e barbas eram cacheados e , as vezes, entremeados com fios de ouros. Homens também usavam adornos na cabeça e brincos, mais ou menos desde 2.000 a.C. As mulheres passaram a usar brincos mais tarde, desde mais ou menos 600 a.C. e usavam maquiagem para proteção e embelezamento (usavam kajal preto nos olhos).
Persas
Dominaram a civilização babilônica no século VI originários de uma região montanhosa de clima mais frio no atual Turquestão, usam trajes mais quentes, mas logo os substituíram pelas túnicas franjadas e os mantos dos povos conquistados. Além da lã e linho, usavam seda da China. A mais importante inovação foi o uso de calças, usada por homens e mulheres.
Ao contrário dos trajes que envolviam os corpos, usados pelos povos aqui mencionados, o que agora encontramos são meias ou calções e uma camisa tipo túnica com mangas.
Egito
O vale do Nilo não é mais quente do que o vale do Eufrates, mas a vestimenta egípcia era muito mais sumaria e leve do que as da Assíria e Babilônia.
Felizmente sabemos muito sobre o vestuário do Egito através de estatuetas e pinturas e paredes que, graças ao clima extremamente seco, foram preservadas em grande quantidade. A documentação disponível é maior do que qualquer outra civilização antiga. Vestimenta dos egípcios: usavam linho e faziam pouco uso da lã, uma vez que as fibras de animais eram consideradas impuras.
Escravos e pobres andavam quase ou completamente nus. O uso de roupas era uma espécie de distinção de classe.
Os trajes mais conhecidos eram o chanti, pedaço de tecido usado como tanga e preso com um cinto, os lasires que eram túnicas longas, semitransparentes, que permitiam que se visse o chanti por baixo – quando usado pelas mulheres, produzia um efeito ajustado sobre os seios e eram presas aos ombros por alças. Uma capa curta feita de linho cobria os ombros ou era circundado por uma gola larga, adornada com jóias, deixando os seios descobertos.
Os egípcios inventaram o plissado (plisse-soleil) inspirados nos raios de sol.
Os egípcios eram muito higiênicos, raspavam suas cabeças e usavam adornos ou perucas do próprio cabelo.
Nos países mais quentes, como no antigo Egito, as sandálias eram mais usadas. Elas eram feitas de palha, tramas de papiro ou fibras de palmeira. Apenas os nobres a usavam. Mulheres e Faraós adornavam seus calçados com jóias. A ponta do solado da sandália egípcia era voltada para cima, para evitar a entrada de areia nos pés.
Escravos e pobres andavam quase ou completamente nus.

Em outros países quentes como a Índia, usavam-se sandálias de madeira, várias vezes cobertas com prata ricamente trabalhada. Não usavam couro porque suas crenças proíbem matar vacas. Os africanos fabricavam modelos de enfiar no pé com cabedal colorido. Na China, os calçados eram feitos de madeira, eles foram os criadores do tamanco, que eram muito usados nos campos.
Os incas, povos que viviam no atual Peru e tiveram seu apogeu no século XV, eram hábeis artesãos e produziam tecidos de alta qualidade, e objetos de ouro e prata. Vestiam-se com uma simples túnica de algodão ou lã e usavam capas freqüentemente. Nos pés calçavam sandálias de couro ou sapatos de fibras de vegetais.

Mais tarde, povos eslavos criaram as sandálias de feltro e espanhóis as de corda (espadrilha).

Creta
Devemos prestar muita atenção nas surpreendentes roupas, riquezas de artefatos e forma dos trajes elaborados desta civilização.
O cretense usava tanga “primitiva”, deixando o tronco nu e as mulheres usavam saias em forma de sino com babados, cintura marcada e corpete que terminava sobre os seios (semelhante a moda européia do século XIX), os seios ficavam a mostra e significavam fertilidade.
Mas a forma da tanga masculina era mais variada do que o chanti egípcio e podia ser de linho, lã ou couro.
Ambos usavam cinto com metais (ouro e prata) bem apertados e afunilavam a cintura. A cintura muito fina sugere que deviam ser usados desde a mais tenra infância.
Os cretenses tinham cabelos longos e cacheados e se adornavam de muitas jóias. Em geral os homens não usavam nada na cabeça, as mulheres, por outro lado, usavam adornos mais elaborados como penteados e as primeiras formas de “chapéus elegantes” da história das roupas.
Os cretenses gostavam de cores fortes: vermelho, amarelo, azul e roxo.
Gregos
A roupa grega, durante um longo período, não possui forma em si. Era composta de retângulos de vários tamanhos, drapeados sobre o corpo, sem cortes ou costuras.
Eram três as peças principais da indumentária grega: uma túnica única de linho (o quitón), uma sobreveste de lã, usada apenas pelas mulheres e uma capa de lã (a clâmide), presos com broches ou fivelas. A partir dessas três formas de se amarrar cintos e franzir tecidos, um número considerável de estilos diferentes para cada tribo.
Os tecidos gregos tinham estampas vistosas e alegres. Tinham o costume de usar cintos de couro ou corda.
Os Gregos gostavam de cores claras, as tonalidades escuras raramente eram usadas. O vermelho era usado pelos homens, o branco pelos senadores e as cores pastéis pelas mulheres.
Calçados Gregos
Na Grécia, o modelo mais adotado foi a sandália, usada tanto por homens quanto por mulheres. Mais tarde, foi adotado o calçado em forma de botinha, para proteger o tornozelo. Os Gregos gostavam de cores claras, as tonalidades escuras raramente eram usadas. O vermelho era usado pelos homens, o branco pelos senadores e as cores pastéis pelas mulheres. As cortesãs gregas usavam sandálias folheadas a ouro, com pregos dispostos de maneira a deixarem uma pegada com a palavra “siga-me”.

Romanos
A roupa masculina consistia em uma túnica e, sobre esta, uma capa - a toga-, usada muitas vezes como o único traje.
A toga, uma indumentária tipicamente romana, assemelhava-se a uma tebana dupla, formada provavelmente por dois grandes segmentos de circulo, iguais em tamanho e com as extremidades retas colocadas juntas. Para ser vestida a toga era dobrada no meio, em sentido longitudinal, enfeixado em pregas grossas e jogada por cima do ombro esquerdo.
Os romanos da nobreza usavam a túnica com peça de baixo.
As peças da indumentária feminina eram uma camisa usada como roupa de baixo, um vestido e uma sobreveste, um traje semelhante a uma capa e um véu. Usavam também cintos, fivelas e botões para enfeitar e drapear a roupa.
Os romanos foram os primeiros a moldar sola e gáspea, e a fazer formas diferentes para os pés direito e esquerdo, fato que fez grande sucesso. Em Roma, os calçados indicavam uma classe social, e os modelos se diferenciavam por cores. Eles também possuíam solas com adornos especiais e as pessoas de baixa estatura usavam plataforma para parecerem maiores. A “Carbatina” romana do século II foi a precursora do mocassim. Seu couro era recortado e preso com uma tira que conseguia moldar o pé do usuário. As mulheres romanas usavam ainda uma espécie de chinelo em casa chamado “soccus”, que podia ser de várias cores e tinha, às vezes, figuras pintadas.
As primeiras variações dos sapatos romanos foram as botinas que viriam a proteger também os tornozelos, um destes modelos é a Crepida, denominada assim pelo barulho que faziam uma sola e uma camada de cortiça, chegando a ser fabricadas até com fivelas metálicas cravadas de pedrarias e com cores berrantes, onde dominava o vermelho púrpura.

Idade Média
Na Idade Média, prevalece um sentimento forte de espiritualidade, obscuro, místico, decadente e abundante de fervor civil e religioso.
Na França, entre os anos de 752 a 787 d.C. o vestuário masculino era constituído de uma túnica de baixo, de linho ou lã, uma túnica com borda de seda colorida, capa curta sobre os ombros presa com broche, braies ou calções por baixo e chapéu redondo.
Na Inglaterra, as mulheres usavam túnica sob camisola e sobretúnica. A parte de cima era justa no busto e as mangas eram extremamente compridas e amplas.
As cruzadas também influenciaram muito no vestuário europeu. Houve contato com o mundo mulçumano, superiores em artesanato e luxo.
Nesta época, homens e mulheres usavam sapatos de couro abertos, semelhantes á forma das sapatilhas. Os homens também usavam botas de cano baixo e alto atadas a frente e de lado. O material mais usado era pele de vaca, mas as botas de mais qualidade eram feitas de pele de cabra. Havia sapatos para festas, para compor armaduras, chinelos, calçados com saltos exagerados ou sem saltos. Alguns modelos tinham a ponta tão comprida que era amarrada ao joelho. O tamanho da ponta servia para distinguir as classes sociais. Na Idade Média, prevalece um sentimento forte de espiritualidade, obscuro, místico, decadente e abundante de fervor civil e religioso. Com o advento do Renascimento, os aspectos dos sapatos privilegiam a proteção e praticidade, ao contrário do luxo e ornamento do período anterior. Neste período, impõe-se aos sacerdotes o uso de um sapato fechado de cor "púrpura" para se destacar dos fiéis durante a celebração das missas, enquanto o povo usava simples sandálias.
As cruzadas também influenciaram muito no vestuário europeu. Houve contato com o mundo mulçumano, superiores em artesanato e luxo.
Próximo do século XII, surgem as poulaines, difundidas em toda a Europa e principalmente na França e Inglaterra; este calçado se caracterizava pelo estreitamento e alongamento das pontas, bicos. O comprimento do bico do sapato era proporcional à posição do indivíduo na sociedade, quanto mais alto o nível na escala social, maior o bico, o que provocou até uma competição hierárquica. Eram fabricados em couros, veludos, brocados e bordados em fios de ouro. Foi Francisco I, rei de Espanha, quem decretou o fim deste tipo de calçado.
Século XV e XVI
Foi ainda no século XV que este tipo de pontas aguçadas foi proibido por Henrique VIII, rei da Inglaterra na época, por ter pés largos e inchados, o que o tornava inconveniente e doloroso. A partir daí, são aceitos os chinelos rasteiros com base larga e muito mais confortáveis. A moda, a arte, e os hábitos dos italianos se diferenciavam do restante da Europa (medieval) desde o século XV. As italianas se vestiam de forma natural e menos formal do que as mulheres dos outros países. Usavam mangas com fendas, onde as aberturas mostravam a chemise branca. As mangas ornamentadas eram um reflexo do aumento do luxo produzido pela prosperidade mercantil das cidades italianas.
Os alemães influenciavam no vestuário francês e inglês. O uso de fendas (recortes que abriam o tecido e puxava-se o forro através delas) se tornaram universais em 1500.
No vestuário feminino usavam-se vestidos com decote quadrado. O vestuário masculino era composto de gibão (chegava até os joelhos, aberto na frente), casaco (beca), calção e meias.
Os tecidos mais usados eram o veludo, cetim e pano-de-ouro.
Os ricos usavam cores vivas, como o azul e vermelho (cor preferida). Os camponeses, durante uma revolta na Alemanha, reivindicaram a permissão para usar roupas vermelhas.
Mas na metade do século, tudo mudou. O domínio da moda alemã com suas cores vibrantes e formas fantásticas deram lugar à moda espanhola, ajustada e sombria, onde dominava o uso do preto.
Não era apenas a cor, ou a ausência dela, que diferenciava a nova moda da anterior. Havia uma diferença no corte das roupas. Os principais aspectos desta moda são: roupas acolchoadas, cintura fina e introdução do tricô. As roupas possuíam enchimento a fim de encorpá-las.
Nota-se em pinturas da época que as pessoas da corte mostravam-se sempre em atitude hierárquica e rígida. Tal efeito foi realçado com o uso do rufo, que eram golas de camisa que, quando amarrados com um cordão e apertados, criavam um grande volume. As pessoas ficavam com a cabeça mantida em atitude de desdém. Era o sinal da aristocracia, de que as pessoas não precisavam trabalhar e nem se esforçar. As mulheres também usavam o rufo, mas havia outro elemento a ser notado, o “principio da sedução”, como foi chamado.
Elas mostravam o “status” na sociedade usando o rufo, mas também queriam ser atraentes e por isso usavam decotes quadrados. As saias femininas eram armadas com o farthingale, uma anágua armada por arcos de arame, madeira e até barbatana de baleia, mas não eram usadas pela classe trabalhadora.
No traje masculino o gibão ainda era a peça mais usada, acompanhada de jaqueta ou capas.
Os nomes de calçados inspirados em nomes de reis franceses, que se tornaram uma grande moda na Europa, surgiu no fim do século XV com o modelo alongado Henrique III e as botas quadradas de Henrique IV. Também no século XV surgiu o 1°salto, o Luis XV. Neste mesmo período também houve a padronização da numeração de origem inglesa. Na Veneza deste século, os sapatos chamados chapins (plataformas de 65 cm ou mais) feitos de cortiça ou madeira e forrados com couro e veludo eram usados pelas mulheres, eram símbolos de posição social e riqueza e limitavam atividades como as “pecaminosas” danças. Eram chamados de “banquinhos andantes” e deixaram de ser moda somente dois séculos depois, quando começaram a usar sapatos de salto.
Os calçados eram chamados de “bico de pato”, porque possuíam um bico quadrado, eram largos, tinham salto baixo, o solado era de couro ou cortiça e eram feitos de veludo, couro ou seda. Também possuíam recortes e eram adornados com jóias.
Nos pés usavam sapatos ou botas. Os sapatos tinham bico arredondado, e no final do século apresentavam o salto. Eram confeccionados em couro, seda, veludo ou tecido simples. As botas, no início eram usadas somente para montar, mas passaram a ser usadas o tempo todo. Os modelos podiam chegar até a coxa, com as extremidades superiores viradas para baixo. Estas botas só foram possíveis pelo progresso no tratamento do couro, e tiveram origem em Córdoba, na Espanha. Botas de couro com abotoaduras para mulheres surgiram nessa época.

Século XVII
A moda espanhola continuou a dominar, mas houve algumas modificações como o abandono do gibão acolchoado, a diminuição do uso de rufos, com exceção da Holanda, onde eles ficaram maiores. A gola da moda era a caída.
O corpete usado pelas mulheres era super decotado e amarrado com fitas de seda. As manhas eram bufantes e as golas caídas eram feitas de renda nas bordas.
Na Holanda a moda era diferente de toda a Europa, por causa de seu sistema de governo protestante. Usavam roupas conservadoras na cor preta e o rufo ainda era muito usado.
Era moda também colar pintas de veludo ou seda no rosto com desenhos como estrelas, luas ou até carruagens, essa moda durou 50 anos.
Em 1660 a moda francesa triunfou. Os calções masculinos eram largos (rhinegraves), o gibão era extremamente curto e parecia um colete com mangas.
A cintura das mulheres ficou mais apertada (cintura em ponta) e elas usavam um lenço, pelica, para cobrir os ombros.
O rei Carlos II da Espanha modificou o vestuário em 1666, mudando o corte das roupas inspirado na moda oriental, especificamente o Persa. Usava-se um casaco justo e comprido e sobre ele uma túnica aberta mais curta. Era o fim do gibão, golas, amarras para uma roupa graciosa à moda persa. A atitude do rei inglês foi se libertar da moda francesa, o que não agradava Luis XIV, que se esforçava para tornar a França líder na Europa.
A peruca (comprida e cacheada) foi adotada com entusiasmo na época, mas as mulheres não a usavam, prendiam a cabeça com laços, rendas e toucas.
Os sapatos tinham enfeites enormes, rendas e brilhos e o salto vermelho era símbolo de status na Europa. Os sapatos femininos eram simples e ficavam escondidos pela saia. As botas eram o modelo de calçado mais usado.

Século XVIII
A moda francesa imperava e eram considerados os mais elegantes pelas classes altas. Os tecidos eram ricos e suntuosos, mas as linhas leves e fluidas da moda anterior deram lugar a uma roupa rígida e séria.
Por volta de 1760 surgia um novo estilo. A mudança consistiu em uma ênfase menor no estilo da corte francesa e na adoção crescente das roupas inglesas do campo. Era uma tendência prática e simples.
Após a Revolução francesa, houve um abandono das rendas, babados, perucas e a moda do campo inglesa, mais natural, tornou-se moda.
A roupa masculina agora era constituída de casaco comprido, coletes mais curtos, colarinhos altíssimos e lenços amarrados no pescoço (às vezes escondiam até a boca), calças e botas de montaria ou escarpim.
O traje feminino era composto de vestidos que pareciam peças de baixo, um vestido branco de cintura alta de musselina, cambraia ou morim até os pés quase transparente (também conhecido como vestido império). Este vestido imitava as roupas gregas. Neste período também surgiu a bolsa de mão.
Em nenhum outro período anterior as mulheres se vestiram tão pouco. Os trajes pareciam criados para climas tropicais, pois era um vestido leve e extremamente decotado. Os xales estavam em alta.
O salto grosso e curvo e a biqueira em bico eram as principais características do sapato do século XVIII. Neste período a moda se organiza como fenômeno cultural e social, e o calçado evolui na sua produção artesanal devido às exigências da sociedade. Surgem os diversos tipos de sapato, para passeio, para trabalho, etc.
Os sapatos ingleses tinham saltos mais grossos e eram mais práticos. O salto “Louis”, largo na base e cintado no meio, nasceu na corte francesa de Luis XV e é usado até hoje.

Século XIX
Em 1822 a cintura voltou a posição normal na roupa feminina e o espartilho voltou a ser essencial no guarda-roupa. As mangas eram fofas e as saias mais amplas. O romantismo estava a todo o vapor. Era indispensável o uso de leque, guarda sol e jóias em forma de relicários, cruzes, pulseiras de ouro, broches e camafeus.
Em 1840 a moda era a mulher parecer frágil e doente, parecer saudável era considerado vulgar.
O ano de 1848 foi o “ano da revolução”, mas as mulheres continuam a se vestir com pudor e de modo submisso, foi o período em que as mulheres estiveram mais cobertas.
As mulheres usavam anáguas (várias saias) e criolina (arcos flexíveis de aço que podiam ser presos na cintura ou costurado na anágua). As mulheres ainda usavam uma calça pantalona por baixo pra não mostrarem o tornozelo. Este século foi o ponto mais alto da dominação masculina e as roupas dos dois sexos eram claramente diferenciadas.
Em épocas anteriores, o estilista era uma pessoa humilde, que visitava as mulheres em suas casas. Agora, M.Worth, que apesar de ser inglês, ditava a moda em Paris, fazia as mulheres irem até ele.
A derrota da França em 1870 mantivera Paris fora da cena por algum tempo. O visual agora era pomposo, um efeito para qual contribuíam duas invenções: a máquina de costura e as tintas a base de anilina. As cores eram vibrantes e as mulheres usavam várias peças de roupas e tecidos, o efeito, às vezes, era de uma colcha de retalhos.
A partir de 1880, a influência do esporte é facilmente notada. Todos os tipos de esporte começavam a ser apreciados e era impossível praticá-los em trajes formais. As roupas esportivas eram em geral pesadas, feitas de tecido rústico ou tweed, sendo de cores normalmente escuras.
No século XIX surgiram as botinas e sapatos de elástico. As botas femininas deste século possuíam salto, abotoaduras e enfeites, e simbolizaram o inicio da moda do calçado feminino. Neste mesmo século começaram a surgir as máquinas para auxiliar na confecção de calçados, mas só com a máquina de costura o sapato passou a ser mais acessível.
Os sapatos, com raras exceções, eram feitos sem saltos. O tipo mais usado era a sapatilha, às vezes amarrada ao tornozelo como uma bailarina. Eram feitos de seda ou crepe, com cores que combinavam com o vestido. Os pés muito pequenos eram admirados como sinal de nobreza.
Em 1888 surgiu a primeira fábrica de saltos dos Estados Unidos, permitindo que as mulheres seguissem a moda sem precisar importar os sapatos de Paris.
No fim do século a bota ficou ao alcance de todos e tornou-se símbolo crescente de igualdade não apenas entre os sexos mas também entre as classes sociais.

Os pés de Lótus
Enquanto a altura de um sapato é símbolo de erotismo no Ocidente, na China, o que é mais valorizado é o tamanho. Os chineses admiravam os pés muito antes do enfaixamento dos pés no século XIX. No século X, as bailarinas exóticas da corte imperial usavam meias apertadas para que seus pés parecessem menores. Este costume se espalhou entre as classes altas até o mais doloroso método de enfaixamento e acabou se tornando um rito de passagem, um traço cultural. O enfaixamento inicial acontecia entre os 3 aos 8 anos de idade. Quatro dos dedos eram curvados para trás e bem apertados com uma faixa enrolada nos pés (o dedo grande não era dobrado para que o pé tivesse formato de meia-lua). O pé era sempre apertado e calçava-se um sapato de numero menor.
O processo esperava alcançar ao raro “Lótus Dourado”, um pé que medisse 7,5 cm.
Os pés de Lótus eram considerados eróticos e a mulher usava delicados sapatos ou botas para cobri-las. Geralmente eram bordadas com símbolos, como o de fertilidade e harmonia.
Em 1912, o pé de Lótus decaiu, quando a China se tornou república, e desapareceu na maioria das províncias até ser proibido em 1949.

Século XX

1900 a 1919
No período de 1900 a 1914 é conhecido, na França, como “Belle Époque” (Bela Época) e se caracterizava pelo viver bem, pela ostentação, o luxo e a extravagância da classe alta. Na Belle Époque costureiros famosos determinavam uma moda clássica, severa para homens, sinuosa e pesada para as mulheres. Na Inglaterra, a moda Eduardiana ainda impera.
A alta-costura contribuiu para a ostentação da riqueza de aristocratas e burgueses. Nobres, a classe média alta, atrizes e cortesãs (cocottes), mulheres sustentadas por homens ricos, eram as mulheres que mais frequentavam os ateliês de alta costura. O progresso e a euforia manifestavam-se em exposições, congressos e teatros.
No fim do século XIX, já surgia na Inglaterra, um movimento estético conhecido como Liberty. Mas este estilo se tornou popularmente conhecido como Art Nouveau. Se expressou principalmente na arquitetura, decoração e móveis, mas também influenciou na criação de jóias, enfeites, tecidos e objetos de cerâmica, vidro, bronze e prata. Fez-se presente também nas artes gráficas e na moda. Caracteriza-se por linhas curvas graciosas e exageradas, inspiradas na natureza e na arte oriental possuindo traços alongados e desenhos de flores.
A linha em “S” da silhueta feminina da Europa, dava ênfase às curvas, como a art nouveau, o busto era realçado e os quadris eram arqueados. É uma silhueta antinatural.
As roupas eram bordados com motivos em arabescos e usava-se cetim, musseline e rendas. A saia tinha formato de sino, ou tulipa, e se abria na altura das coxas para baixo, cobrindo os pés da moça. O corpete era ajustado e o bolero era muito usado.
Os tons preferidos eram rosa, azul-claro ou lilás, mas também usavam vestidos pretos bordados com paetês.
Os acessórios mais usados eram o chapéu, as sombrinhas e as bolsas, pequenas de tecido bordado ou de malha metálica, sustentada por correntes ou cordões.
Paul Poiret (1879-1944), nascido em Paris foi um dos maiores costureiros de todos os tempos. Em 1900, foi assistente na Maison Worth e trabalhou até abrir a sua própria maison. Poiret simplificou as linhas dos trajes da época e sua maior revolução na moda foi afrouxar a silhueta, eliminando o espartilho. O costureiro usava tecidos leves, com a linha da cintura elevada e vestidos retos. Ele teve grande influência na moda inspirada no oriente, que foi adotada com entusiasmo pelos europeus da época.
O traje das americanas neste período tem suas diferenças. As americanas eram consideradas independentes e abertas. Praticavam mais atividades esportivas e profissionais e começaram mais cedo a substituir os modelos românticos por outros mais práticos e modernos.
Com o início da I Guerra Mundial (1914 – 1918) na Europa, as mulheres foram recrutadas para trabalhar em diversos setores, e as de classe mais baixa, foram trabalhar em fábricas. As de classe média e alta também foram convocadas a ajudar em enfermarias, orfanatos e outros setores. A renda da família diminuiu drasticamente, e houve um escassez de matérias-primas e suprimentos.
Portanto, havia inúmeras razões para que a mulher muda-se seu modo de vestir e viver.
As roupas tinham tons neutros ou negros. As revistas de moda dedicavam páginas inteiras a trajes de luto.
No início do século XX, os homens usavam sobrecasaca e cartola. Nunca deixavam de usar chapéu para ir a rua. As calças eram estreitas, vincadas e usadas de bainha virada. O colarinho da camisa era bem engomado e alto.

Década de 1920
Após o fim da 1° Guerra, os criadores de moda compreenderam que tinham que se ajustar a um mundo novo. Dois fatores determinaram a moda pós-guerra: A primeira foi conhecida na França como os “Anos Loucos”.
A alta costura se voltou apenas para atrizes, atores, escritores e outros artistas, americanos que enriqueceram com a guerra. Este novo público frequentava boates da moda, onde o jazz fazia sucesso.
O segundo fator da moda pós-guerra era de que as mulheres haviam se emancipado. Surgiu com isso o estilo andrógino ou conhecido como “a la garçonne” (moças com estilo independente), que incorporava elementos masculinos. As mulheres abandonaram as futilidades e queriam fumar, dirigir e usar cabelos curtos.
A linha do vestuário agora era a “barril” que tinha efeito tubular. O busto era achatado para parecer menor como um corpo de menino. A cintura desapareceu. Os vestidos e saias eram retos e a cintura baixou para a altura dos quadris.
A grande revolução da década ocorre em 1925, quando os trajes femininos encurtam indo até pouco abaixo dos joelhos. A moda torna-se mais funcional.
As vedetes da moda em Paris eram Jean Patou, Coco Chanel e Madeleine Vionnet.
Madame Schiparelli também fez sucesso porque introduziu e inovou, com roupas para as classes trabalhadoras.
Todos estes costureiros foram influenciados pelo estilo Art Decó, que influenciou na criação de jóias e acessórios como guarda-chuvas de cores vivas, bolsas quadradas em tecidos ou couro com motivos geométricos, inspirados na pintura cubista.
A paixão pela dança não tinha limites. Dançava-se muito ao som das Jazz Bands em mansões e casas noturnas americanas.
Paris continuava a ser o centro da moda, mas nos Estados Unidos estilistas locais procuravam criar vestimentas e calçados diferentes da moda européia.
Nos “anos loucos”, a moda masculina evoluiu bastante. Para as grandes ocasiões os homens substituíram o fraque pelo smoking preto e gravatas-borboleta. Usaram também terno com o tecido “Príncipe de Gales”, e os colarinhos já não eram tão rígidos. A roupa esportiva mais usada era a calça de golfe (knickerbokes) com meias xadrez e a camisa pólo com foulard (echarpe de seda).
Década de 1930
No início da década de 30 a festa acabou. Existe um novo momento histórico: em termos econômicos, a depressão econômica da América com a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, e em termos políticos, a ascensão de Hitler ao poder, na Alemanha.
O laisser-faire (deixe fazer) dos anos 20 é substituído pelo laisser-rever (deixar sonhar), embalado pelos musicais de Hollywood, que funcionava como válvula de escape para uma população que sofria os efeitos da recessão econômica.
Houveram grandes mudanças como os “banhos de sol”, porque agora, expor a pele ao sol era saudável para todos, então, quanto mais exposta a pele, melhor.
As saias descem seis dedos abaixo do joelho e as pernas deixam de ser foco de atenção. A ênfase mudou das pernas para as costas. Elas foram desnudadas até a cintura e muitos vestidos da época foram criados para serem vistos por trás. A cintura volta a ser marcada, mas não tão apertada como nas décadas anteriores.
As mulheres frisam seus cabelos, agora mais compridos. A mulher, agora, deixava de ser menininha e agora era mais sensual.
Nos últimos anos, os vestidos de rendas, frous-frous ou detalhes delicados cedem lugar ao tailleur, que se transforma na grande moda. O estilo feminino se aproxima das tendências masculinas. Ombros largos e quadris estreitos pareciam ser o ideal de toda mulher, exemplificado em Greta Garbo. Nesta década, em especial, as atrizes do cinema ditavam moda.
Em 1939 Adolf Hitler invade a Polônia e tem início a Segunda Guerra. Neste mesmo ano, nada variava mais do que a silhueta feminina.Impressionada, uma repórter da revista norte-americana Vogue comenta: “Você pode ter a aparência tão diferente de sua vizinha quanto o sol e a lua, e ambas estarão certas”. Mas neste momento as mulheres se vestem com quase nada de ornamentos. Talvez, se a paz tivesse sido preservada, as mulheres novamente confinassem suas cinturas em uma armação rígida na década de 40. história, entretanto, decretou ao contrário.
Muitos materiais sumiram do mercado e foi preciso usar criatividade para substituí-los. Surgiram por exemplo, saltos de madeira e cortiça. Usavam-se sapatos de feltro e outros tecidos e sandálias com tiras de pano ou até crochê de ráfia.
Década de 1940
Nos próximos cinco anos serão vestidos de uniforme, como um enorme exército de civis. Pede-se sobriedade.
As mulheres usavam roupas com ombros quadrados, retos, de corte masculino, parecido com uma farda.
A imagem da mulher dos anos 40 é totalmente ligada a acessórios artesanais.
Os turbantes se tornaram moda. A justificativa era de que os xampus eram péssimos e muitos cabeleireiros tinham se alistado no exército.
As bolsas de couro eram raras e passou-se a fabricá-las de tecido ou tapeçaria. Surgiram nessa época a bolsa a tiracolo, mais pratica para quem usava bicicleta como meio de transporte.
Se as coisas estavam difíceis na Europa, não eram mais fáceis nos Estados Unidos. Cada família teria direito a três sapatos de couro por ano. Cupons de racionamento foram distribuídos, comprados, trocados ou negociados no mercado negro.
Dia 7 de maio de 1945, marca o fim da Guerra. O mundo inteiro comemora. As mulheres clamam por um novo visual. Os costureiros aprovam e começa o movimento para o refortalecimento da indústria da moda. Paris volta a ser a “Capital da Moda”.
O New Look, criado em 48, por Christian Dior, devolvia a feminilidade perdida às mulheres e trocava a moda-farda por cinturinha de vespa e saias fartas, essa moda se baseava, em parte, na moda de 1860. As saias eram amplas e compridas (até a canela) e chegavam a ter de 10 a 12 metros de tecido.
Da mesma forma que durante os anos 30 a resposta hollywoodiana à depressão foi o glamour e o luxo das mega-stars, os anos 40 foram também recheados de estrelas carismáticas como Joan Crawford, Ingrid Berman, Bette Davis e Lauren Bacall. Estas por sua vez dividiram seu “reinado” com fenômenos cantantes e dançantes como Ginger Rogers. A guerra gerou produções “levanta moral” e a palavra de ordem era dançar!
A década de 40 acabou sendo uma das mais produtivas em termos de criação, neste século.
A improvisação no sentido de urgência no viver a vida, sob a constante ameaça, liberaram a imaginação.
Década de 1950
Em 50, as saias eram mais curtas, os casacos eram grandes e as blusas tinham gola em U. Em 52, Dior criou um conjunto de três peças que influenciaram a moda por bastante tempo. Constava de um casaquinho cardigã com blusa de crepe, usada com saia em tons pastéis. Em 53, as saias mais curtas eram usadas com mantôs e casaquinhos em forma de Barril. No ano de 1954, C.D lançou a “linha H” e em seguida, em 1955, vieram a “linha A” e a “linha Y”. As cores preferidas de Dior eram preto, branco e marinho.
A alta-costura desfrutou de seu apogeu e começou a amargar sua queda, ainda não como influencia, mas sim enquanto consumo.
Luxo, elegância e modernidade para os materiais e muito brilho, estas eram as palavras chaves da moda dos anos 50.
A nostalgia também afetou o traje masculino. As calças e ternos ficaram mais justos e compridos. A moda masculina era inspirada no inicio do século XX, mas não foi bem aceito. As gravatas estavam em alta na Europa, com belos modelos de seda, com padronagem miúda.
Nos Estados Unidos, as mulheres, no fim da guerra, insistiam em usar trajes esportivos.
Depois do baby-boom (nascimento de muitos bebês em decorrência da volta dos homens da guerra), a americana tornou-se mais caseira. Elas quase não freqüentavam bailes e festas. A maioria usava o estilo New Look durante o dia com luvas e chapéu. A americana adotou uma linha mais casual neste período e os vestidos coquetel, os famosos “pretinhos” eram a peça que mais durava no seu guarda-roupa. Os sapatos das americanas tinham salto alto e bico arredondado.
Shorts e calças eram usados em eventos descontraídos. A T.V. influenciou muito a moda americana, era com as mulheres copiarem atrizes e cantoras como Doris Day e Elizabeth Taylor.
Os jovens americanos tinham mania de usar cardigãs e lambswool (tipo de lã para malhas, produzido na Inglaterra), saias rodadas, meias soquetes e saddle shoes (sapatos esporte amarrados, conhecido como “Oxford”) e cabelos com rabo de cavalo. Usavam também o jeans, que tinha um significado especial. Os jovens vislumbravam uma realidade e roupas diferentes de seus pais.
Os estilistas que mais se destacaram nos anos 50 foram: Balenciaga, Jacques Fath, estilista americano e Givenchy, com seu estilo geométrico, vestia Audrey Hepburn, com seus sapatos com salto carretel e Jack Kennedy com seus sapatos Chanel bicolores. Fez o figurino de “Bonequinha de Luxo”.
No fim da década, muitas peças de roupa americana começaram a chegar a Europa, com um estilo informal e versátil. Estilistas italianos, como Emílio Pucci, ficaram famosos no campo do sportswear. Pucci criou as calças “capri”, que eram justas e iam até o meio da canela, também criou conjuntos informais e estampas com padronagens abstratas ousadas e coloridas que fizeram muito sucesso.
A jovem independência financeira lança vários estilos e cria necessidades. Tecnologia a serviço do bem estar: naylon, banlon, orlon, que são fáceis de lavar, secar e dispensam o ferro.
Surge o prêt-à-porter (pronto para usar) nos Estados Unidos e europeus copiam. Assim, a moda deixa de ser ditada somente pela alta-costura.
Década de 1960
Os jovens sempre foram rebeldes. Mas a rebelião dos 60 começava com mais substância e energia renovadora que provocava alarde. A mídia, com suas revistas, TV e fotos coloridas descobre os novos comportamentos e os divulga ao ponto destes influenciarem a vida, usos, costumes e moda dos adultos. Tudo parecia possível e o espírito de aventura se impunha. Além do que, o mundo passava por uma época de progresso econômico. A elitista Alta-Costura parisiense dava sinais de enfraquecimento. Seus modelos eram facilmente copiados pelas indústrias de confecção que as massificava. Mas esta solução, o estilo “chic” massificado pela cópia, já não satisfazia os novos consumidores, nem mais se adaptava a nova mentalidade. Muito naturalmente então, uma nova geração de estilistas (e não mais costureiros) aparece criando uma moda de rua e para a rua. A nova raça de estilistas criadores da moda “boutique” era influenciada pela moda usada nas ruas de Londres, a inesquecível “Swinging London” daqueles anos. A cidade passava por uma rebelião criativa. A Inglaterra se destaca com sua moda e comportamento.
Em Londres, Mary Quant democratizou a mini-saia oferecendo em suas lojas uma moda engraçada e inovadora. O sucesso foi imediato e devastador. Em 1962 o look desestruturado e curto de Quant detonou um fenômeno nunca antes observado: Influenciou a Alta-Costura.
Esta moda de inspiração jovem veio ao encontro de um interesse da sociedade da época pela ciência e tecnologia, pelas viagens espaciais, e o fascínio pelos novos materiais sintéticos. O plástico, o vinyl e o metal, antes restrito ao uso industrial foram tratados como materiais nobres nas criações de Alta Costura por Courrèges, Paco Rabanne e Cardin. O espírito “tecnológico” dominaria em toda a primeira metade da década de 60.
No final da década as esperanças globais se frustraram e as desilusões chegaram. Era o começo do recesso mundial. Cresce um movimento que se afastou do futurismo e do modernismo pra voltar-se para o passado e culturas do oriente.
A contestação, as viagens, o romantismo de outros lugares e todos os folclores servem pra revitalizar a estética do cotidiano.
Assim surgia os hippies, que rejeitavam o estilo de vida de seus pais. Buscavam uma vida simples, perto da natureza, sob o lema “Paz e Amor”, aceleram a tendência para a introspecção de uma era que estava a procura de uma sociedade “alternativa”. Usavam roupas de países e períodos diferentes e cabelos longos.
Yves Saint Laurent se destacou na década de 60. Yves trabalhou com Dior, e quando este morreu assumiu a direção da Maison. Suas coleções eram desafiadoras e causaram muitas controvérsias. Em 1960, abriu a sua própria maison e lançou sua 1° coleção, com roupas elegantes e outras descontraídas.
As criações futuristas e excêntricas, na verdade foram usadas por um público limitado. Muitos jovens adotaram roupas étnicas como túnicas indianas e casacos do Afeganistão de pele de carneiro.
Os estilos dos trajes dos anos 60 trouxeram maior liberdade de movimento às mulheres. As roupas eram menos acinturadas, mais soltas e retas.
As mulheres adotam roupas de estilo masculino. E os homens? Os fabricantes compreenderam que tinham que oferecer outras alternativas além da calça, paletó, camisa e gravata. Os jovens passam a usar lenço no pescoço ou camisa de gola roulé. Usam roupas esportivas, camisa pólo da Lacoste e jaquetas justas. A camisa tradicional branca foi desbancada, sendo substituída pelas coloridas, estampadas e listradas.
No meio da década de 60, a moda assumiu três direções. No primeiro o estilo era simples, adulto, mas juvenil (linhas sóbrias com bijus arrojadas). A segunda tinha um aspecto mais inocente, era o baby dool, onde usava-se saias curtas, rendas e franzidos, olhos com cílios postiços, lábios pálidos e face rosada. Os sapatos eram estilo boneca, usado com meias claras rendadas.
O terceiro grupo era excêntrico, porém centralizado política e culturalmente. Seu estilo era influenciado pela Op Art (circulo, espirais, dispostos a criar ilusão óptica) e pelo Pop Art (arte que usava objetos de consumo ou figuras famosas), usava-se estampas geométricas e psicodélicas (cores vivas).
Em 1968, imperava os brechós, com roupas usadas, uniformes militares e trajes típicos de outros países como Índia e México.
Década de 1970
A década começa com sabor de ressaca dos anos 60 mas sob total influencia da Cultura Hippie. A arte psicodélica ainda era a única capaz de traduzir com precisão o delírio dos sonhos imaginários que eram reproduzidos nas roupas e calçados dos jovens.
A moda dos anos 70 era extraordinariamente diversificada, sendo impossível resumir todas as suas características.
A sociedade continuava exigindo roupas mais práticas, mas deixando de lado a intenção de chocar através da aparência desleixada.
Parte da nova juventude nega as roupas produzidas em massa e busca o retrô look, fazendo o gênero kitsh (mau gosto, mistura). Outros jovens ainda vão se vestir de maneira anárquica, como os punks.
O estilo punk, que exprimia violência e contestação, numa época de desemprego, influenciou também o mundo da música, surgindo vários conjuntos.
O corpo é novamente delineado, ora por roupas de malha, ora por trajes cortados de forma a definir bem a silhueta. Os quadris passam a ser a parte mais sensual do corpo.
As idéias fervilhavam mas eram consumidas com rapidez e a ansiedade de quem já tinha consciência que o sonho havia acabado. As saias subiam e desciam. Os novos valores eram o conforto e praticidade. Os alimentos e dietas saudáveis entraram em moda junto com os tecidos rústicos, saias midi e maxí usadas com botas de cano longo.
As mulheres usavam trajes com aparência masculina com um ar mais sério. Usavam roupas até com coletes e suspensórios.
Despontava um novo ideal: a Feminilidade. O individualismo deixava de ser uma proposta para se tornar realidade e a forma física era uma verdadeira obsessão. A silhueta da nova mulher acabava de ser desenhada nas academias de ginástica. Houve o boom do sportswear, com tal vigor que mobilizaria totalmente os primeiros anos da década seguinte. Na moda esportiva, ganham força malhas e moletons.
Houve uma verdadeira invasão de trainings e todos os trajes do esporte foram estilizados não só para o cotidiano urbano mas também para as noites de discoteca.
Os EUA viviam dias prósperos e a moda americana com os estilistas Calvin Klein, Ralph Lauren, lideravam o mercado internacional.
A partir dos anos 70, existiam cinco grandes capitais da moda: Paris, Londres, Milão, Tóquio e Nova Iorque.
Década de 1980
Nos anos 80, a moda torna-se exagerada e cheia de contrastes. As roupas podiam ser largas ou justas, em tons pastel ou néon, curtas ou longas, sexy ou comportadas, sofisticadas ou inocentes. O corpo é modelado pelas academias de ginástica e os músculos ficam a mostra.
Influenciada por este novo comportamento agressivo dos jovens a moda abandona a sua grande conquista da década anterior: o culto as pernas.
O mundo inteiro adota o jeito “americano” de ser.
Ambivalência é a palavra correspondente a sexualidade moderna.
O estilo yuppie (jovens engajados no sistema capitalista, preocupados em ganhar dinheiro e status social) se instala, com roupas mais luxuosas e certinhas. Os cabelos são curtos e as roupas sóbrias. Ostentam etiquetas, usam camisas e acessórios caros e sofisticados, gravatas coloridas e tênis importados.
A tecnologia avança. Difundem-se os computadores, CDs, videocassetes e outras inovações.
A maioria dos estudantes usava jeans, camisetas, blusões de moletom com nome de universidades e times, além dos óculos escuros.
Os homens extravagantes passaram a usar tênis e jeans com paletós de smokings e outras misturas tipicamente americanas.
A década de 80 se caracterizou pela febre dos shoppings, onde se instalaram lojas, muitas delas dedicadas ao jovens, com roupas esportivas pra surfar e para andar de skate. Lojas de departamentos também fazem parte da história da moda do período.
Neste texto destacaremos a história dos estilistas mais importantes da década, são eles:
Azzedine Alaïa, nasceu na Tunísia. Seus modelos apresentavam formas justas e curvilíneas. No inicio de 80, Alaïa começou a explorar o uso do couro e criou vestidos justos que ficaram famosos em todo o mundo.
Jean Paul Gaultier, francês, na adolescência trabalhou para Pierre Cardin. Suas roupas misturam fantasia e malandragem com o charme das estrelas de cinema.
Rei Kawakubo é a mais importante estilista japonesa a se instalar em Paris. Ganhou fama durante a década com roupas que procuram redefinir os padrões do vestuário feminino ocidental e oriental. Suas roupas pareciam não ter formas, usava cores sombrias e imagens assexuadas, que causaram impacto sobre o estilo de vestir da década de 80 no Japão, Europa e Estados Unidos. Criou uma companhia, a Comme des Garçons, que existe até hoje.
A estilista inglesa Vivienne Westwood teve influência na moda parisiense. Vivienne tem um estilo conhecido como “fim do mundo” e usa materiais como estopa e trapos velhos. Ela representa a cultura jovem urbana e anárquica.
Os italianos também se destacaram na moda a partir de 1980. Possuem um estilo bastante clássico e realista. Entre os italianos que se destacaram durante a década estão Gianni Versace, Valentino, Giorgio Armani e Nino Cerruti.
Versace (1946-1997) se estabeleceu em Milão e adquiriu fama criando coleções de camurça e couro para butiques. Em 78, abriu sua própria empresa, desenhando trajes com interessantes coloridos. Gostava de mulheres vestidas com roupas vaporosas e usava muito corte enviesado.
Valentino, que usa a famosa marca V, e é um dos costureiros italianos mais respeitados do século XX. Estudou na Accademia dell’Arte de Milão e na escola da Câmara Sindical da Alta-Costura de Paris. Em 1959, abriu sua Maison em Roma e em 1962 ganhou fama internacional, passando a vestir socialites de todo o mundo. Suas roupas são elegantes e glamourosas. Encerrou sua carreira em 2008.
Giorgio Armani estudou medicina, foi vitrinista e lançou-se como estilista trabalhando para Nino Cerruti em 1961. Depois, estabeleceu-se como consultor de moda e prestou serviços para vários costureiros. Nos anos 70 e 80, firmou-se como um dos maiores estilistas do prêt-à-porter italiano. Suas roupas femininas inspiram-se nas masculinas. São famosos seus blazers, calças e shorts de corte primoroso e saias-calças curtas. Por causa de Cerruti e Armani, Milão tornou-se a capital da moda masculina.
Os japoneses adotaram uma política diferente, usando Paris como trampolim para conquistar o mercado internacional. Tóquio acabou se tornando um centro exportador de moda e suas criações começaram a ser recebidas na Europa. Além dos estilistas como Issey Miyake, Kenzo e Rei Kawakubo, que se fixaram em Paris, usando mão de obra francesa, outros costureiros japoneses como Yoji Yamamoto continuaram a ter o Japão como residência e local e trabalho. Mas desde 1970 eles participam dos desfiles parisienses.
Década de 1990
Na década de 1990, acontecem grandes mudanças a medida que o século XXI se aproximava. Pela primeira vez na história do mundo, assiste-se pela televisão o detonar de uma guerra: A Guerra do Golfo.
No campo da moda chega-se a era da indústria têxtil high-tech (alta-tecnologia).
A indumentária ocidental caracteriza-se pelo uso de várias tendências, que convivem com os lançamentos da moda retrô, que resgata modelos das décadas passadas. As roupas são simples e a sensualidade é realçada.
Nos anos 90 a alta-costura é controlada por grandes grupos.
Maisons como de Yves Saint Laurent sobrevivem as crises criando linhas paralelas de prêt-à-porter de luxo, com altos preços. Além disso, dedicam-se a outros mercados, como o dos acessórios, dos perfumes e das linhas de cosméticos, que garantem um faturamento permanente.
Dos E.U.A para o mundo espalhou-se outra moda. Agora não são as atrizes, mas sim as estrelas da música, como Madonna, que inspiram as novas tendências. A dance music fez nascer grandes variedades de roupas fáceis de usar, que iam de tops e bustiês até vestimentas bem folgadas. Sob influência da TV, os jovens passam a copiar roupas dos ídolos do funk e do rap, como bonés e cordões dourados.
É impossível fazer um inventário completo do vestuário feminino da década de 90. A moda foi, sobretudo, prática, versátil e colorida.
Campanhas como as de combate a uso de pele e couro de animais ganharam força, e buscou-se substituí-los por produtos sintéticos. Ambientalistas e ecologistas ganham força, principalmente com o aumento de ONGS como o Greenpace.
Nike, Reebock, Adidas, Puma, etc., nasceu o calçado da década de 90. Impulsionados por uma política de vida saudável, pelo culto ao corpo, pelos milhões investidos em publicidade e pelos salários milionários. Tenistas, ginastas, corredores, jogadores de futebol são os novos ídolos que emprestam seus uniformes para a moda.
Largura, tecidos e silhuetas variaram. Jardineiras e o vestido-avental conviveram com os tubinhos, as fuseaux e parkas, jeans com blusa “segunda pele” ou tops. A calça jeans, baggy e semi-baggy, o jeans colorido, jaqueta jeans, etc, eram usadas com t-shirts, baby-look ou bodies.
No traje masculino o terno continuou a ser usado, mas sem alterações radicais. Era símbolo da diplomacia e civilidade. Apesar dos homens terem aderido ao visual esportivo e descontraído, o terno continuava sendo a indumentária masculina oficial
Na moda descontraída, houve quem estivesse no estilo destroy (destruidor), com camisetas rasgadas, panos coloridos na cabeça e bermudas jeans coloridas.
As camisas esportes de tecido, xadrez e emplacaram, assim como cintos trançados em couro. Para os pés predominaram os mocassins em tom vinho bem brilhantes.
Depois do aparecimento do silk-screen virou veículo portador de idéias e atravessou a década com força total, ostentando estampas, slogans e nomes ou símbolos de grifes.
Entre os jovens o estilo grunge, com camisas de tecido xadrez, bermudões largos abaixo dos joelhos, botas e gorros ou bonés, inspirados nos grupos de rock, como o Nirvana.

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